O prompt perfeito
Na BitsNews de hoje, em 5 min e direto ao ponto:
• Prompt perfeito: como comandos bem estruturados desbloqueiam o real potencial da IA no jurídico.
• Passo a passo: as 6 etapas para criar prompts poderosos que elevam suas análises.
• Evite o genérico: estratégias para direcionar a IA e evitar respostas comuns.
• Segurança e confiabilidade: como minimizar vieses e proteger suas decisões.
• Teste agora: descubra o poder da IA para transformar seus contratos.
Você já percebeu como a IA consegue acelerar processos e trazer insights valiosos para o departamento jurídico? Otimização de revisão de documentos, análise preditiva de riscos, triagem rápida de informações... Mas, ainda assim, parece que o verdadeiro potencial estratégico está preso na primeira marcha.
Não é por falta de tecnologia. As ferramentas estão aí, poderosas e cada vez mais integradas ao nosso dia a dia. O problema está na comunicação.
O que separa resultados medianos de insights estratégicos?
A resposta é óbvia: A qualidade do prompt.
Estamos falando sobre a forma como você instrui a IA. Pense em como um briefing bem estruturado transforma a entrega de um time: com IA, é a mesma lógica. Um prompt claro, estratégico e bem direcionado faz toda a diferença entre um relatório genérico e uma análise que realmente impacta a tomada de decisão.
Aliás, aqui na Bits, estamos desenvolvendo uma IA para contratos, e como sei que esse tema também te interessa, quero compartilhar a nossa primeira versão com você. Se puder testar e me dizer o que achou—se ajudou, se não serviu pra nada—seria incrível ouvir seu feedback.
Pra testar, basta clicar aqui.
Trate a IA como um membro da equipe, não como um estagiário genérico.
Ao invés de lançar uma frase solta e esperar que a mágica aconteça, experimente iterar.
Construa em camadas: comece com uma pergunta ampla e vá refinando, ajustando, especificando.
Alinhe contexto: deixe claro os objetivos estratégicos da análise ou documento.
Direcione o tom e o foco: a linguagem jurídica exige precisão e clareza — instrua a IA para isso.
Iterar é conversar.
É como em uma sessão de brainstorming, onde o valor real surge na troca, no ajuste fino, no direcionamento estratégico.
Se você parar na primeira resposta, vai cair sempre no lugar-comum.
Mas se aprender a explorar, vai extrair coisa de altíssimo nível.
Agora... como fazer isso bem feito?
O passo a passo de um prompt que realmente funciona:
1. Dê uma identidade pra IA
Você não contrataria um analista jurídico sênior sem definir claramente seu papel e responsabilidades, certo? Com a IA, a lógica é a mesma.
👎 "Me ajude com contratos."
👍 "Você é um especialista em direito societário com foco em governança corporativa e compliance regulatório em mercados internacionais."
Quanto mais estratégico o contexto, maior o valor do que é gerado. Isso é desbloquear a IA para decisões jurídicas de alto impacto.
2. Contextualize o cenário
A IA precisa entender os riscos e objetivos do seu negócio para entregar algo que vá além do básico.
Uma mesma resposta muda muito dependendo do universo que você apresentar.
Veja o exemplo:
👎 "Revise este contrato."
👍 "Analise este contrato sob a ótica de governança corporativa, com foco em cláusulas de mitigação de risco e alinhamento regulatório para um processo de auditoria em uma multinacional."
Você dá o contexto, a IA entrega o que realmente importa.
3. Evite o genérico. Seja cirúrgico.
Um prompt genérico gera respostas genéricas. Já um direcionado para estratégia jurídica pode destacar riscos ocultos e otimizar cláusulas para proteção da empresa.
👎 "Me traga insights sobre cláusulas contratuais."
👍 "Identifique cláusulas contratuais que possam representar risco em processos de due diligence para M&A, focando em compliance regulatório e disputas jurídicas em mercados internacionais."
Quanto mais direcionado, mais valor você extrai.
4. Dê exemplos do que deseja
A IA é excelente em reconhecer padrões. Use isso a seu favor.
Exemplo:
👉 “Quero um parecer jurídico sobre cláusulas abusivas em contratos de aluguel. Por exemplo: é comum que o locador imponha multas desproporcionais ou crie obstáculos para a devolução do imóvel.”
Os exemplos funcionam como bússola. A IA entende o estilo, o formato e o tipo de conteúdo que você espera.
5. Limite o escopo
Não peça o universo inteiro. Direcione. Já
👉 “Me traga 3 argumentos de vendas para um público B2B no setor de logística.”
👉 “Quero 2 opções de introdução para um e-mail marketing que venda um curso online de finanças pessoais.”
O foco ajuda a IA a entregar algo mais objetivo — e mais utilizável.
6. Use orientações negativas
Às vezes o que você não quer é ainda mais importante que o que você quer.
👉 “Não use palavras em inglês.”
👉 “Evite exemplos infantis.”
👉 “Não traga links ou referências externas.”
É como fechar as portas erradas antes que a IA tente entrar por elas.
Antes de sair usando: pense no viés.
Agora vem a parte mais séria dessa conversa.
As IAs que usamos hoje foram treinadas com conteúdo público — ou seja, com tudo que já foi dito (e publicado) na internet.
Isso significa que, sim, elas carregam os mesmos vieses e distorções que existem no mundo real.
Se você não tiver cuidado, pode tomar uma decisão enviesada, acreditar em um dado incorreto ou — pior — replicar uma injustiça.
Dois casos famosos pra você entender o tamanho do problema:
Compas: nos EUA, um sistema de IA ajudava juízes a decidir sobre liberdade condicional de presos. Resultado? Pessoas negras eram classificadas com maior “risco de reincidência”, mesmo com históricos similares a de pessoas brancas.
Amazon: usou IA pra automatizar parte do processo seletivo em tecnologia. O sistema, treinado com dados de contratações anteriores (quase todas masculinas), começou a eliminar automaticamente currículos de mulheres.

Por isso, fique atento à fonte da informação que a IA está usando.
Hoje, você tem duas formas principais de contornar isso:
Criar um GPT próprio, treinado com os seus próprios dados, com a sua linguagem, sua realidade.
Ou usar a metodologia RAG (Retrieval-Augmented Generation), que faz a IA buscar respostas em uma base externa e confiável — tipo seus documentos, banco de dados ou repositórios internos — antes de gerar qualquer resposta.
Isso te dá mais controle. Mais precisão. E muito mais segurança.
No fim do dia, usar bem a IA é uma mistura de método, intenção e prática.
E quanto melhor você se comunica com ela, melhor ela responde pra você.
Não é sobre ser “expert em tecnologia”.
É sobre saber pedir, pensar, ser estratégico.
Se você quiser, posso te ajudar a criar prompts prontos, personalizados para sua área de atuação. É só me responder esse e-mail com o que você faz, e eu te mando um modelo pra começar.
Vamos juntos nessa?